quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

recuperação de história

Resumo de história (recuperação)


1)      SOCIEDADE DO ANTIGO REGIME

Trabalhadores do campo e da cidade:
            Na França, havia diferentes grupos sociais. A maioria da população era composta de camponeses. Existiam vários tipos de camponeses, como os rendeiros, que alugavam terras dos nobres e burgueses e davam parte de sua produção em troca. Também havia os assalariados, que recebiam pagamento pelo trabalho realizado.
            Os trabalhadores urbanos também viviam diferentes situações. A maioria da população urbana era composta por assalariados que exerciam suas atividades em oficinas artesanais. Havia também os mestres de ofício, que trabalhavam por conta própria e ensinavam sua atividade aos aprendizes. Em pior situação estavam os trabalhadores braçais.  Trabalhando nas ruas, estavam os vendedores ambulantes.

Nobreza, clero e burguesia:
            Entre os grupos privilegiados destacava-se a nobreza. Havia a nobreza tradicional, composta de antigos senhores feudais que haviam herdado vastas áreas de seus antepassados. Eles não pagavam impostos e exploravam os camponeses que cultivavam suas terras. Havia ainda a nobreza togada, constituída principalmente por grandes burgueses enriquecidos que recebiam títulos de nobreza. Os nobres deste grupo não pagavam impostos e muitos deles ocupavam cargos públicos. Esses privilégios eram obtidos em troca do apoio econômico e político que davam ao rei.
            Outro grupo privilegiado era o clero, que se subdividia em alto e baixo clero. Os integrantes do alto clero procediam da nobreza e eram escolhidos pelo rei. Já o baixo clero provinha das camadas mais pobres da sociedade. Apoiados pelo governo, os religiosos encarregavam-se da educação das crianças, prestavam assistência aos doentes e distribuíam comida aos famintos.
            Um outro grupo social era a burguesia. Havia os grandes burgueses, que eram donos de empresas comerciais ou de grandes propriedades rurais. Apesar de sua riqueza, eles não possuíam prestígio social e os privilégios da nobreza. Havia também a pequena burguesia, composta por donos de pequenas lojas ou de oficinas artesanais.

Disputas pelo poder:
            No início do século XVII, nobreza, clero e alta burguesia disputavam o controle do poder político. Nesse período a França era governada por Luís XIII, que nomeou para ser seu principal ministro o cardeal Richelieu. Richelieu procurou diminuir os privilégios da nobreza local e reforçar a centralização do poder. Após a morte de Luís XIII, seu filho, Luís XIV era muito novo para assumir o trono e por isso, sua mãe assumiu, sendo auxiliada pelo ministro Mazzarino. Para ampliar os recursos da coroa, Mazzarino determinou o aumento dos impostos, o que provocou rebeliões da nobreza e da burguesia. Essas rebeliões, conhecidas como frondas, questionavam a centralização do poder.
            Com a morte de Mazzarino, Luís XIV assume o trono. Todo o poder foi reservado a ele, que passou a exercer uma autoridade absoluta.

Consolidação da monarquia absolutista:
            Durante o reinado, Luís XIV promoveu a ampliação do território da França e procurou desenvolver a economia do país. Para atingir esse objetivo, ele passou a atrair para seu governo grandes burgueses, que ficaram responsáveis pelo desenvolvimento do comércio, pelo controle dos gastos e pela cobrança de impostos.
            Em seu governo, teve destaque a atuação do ministro Jean-Baptiste Colbert, que procurou estabelecer uma balança comercial favorável, ou seja, um número de exportações maior do que o de importações. Para alcançar esse objetivo, Colbert concedeu aos burgueses benefícios que favoreceram o aumento da produção. Também incentivou a construção de navios, visando controlar o comércio marítimo.
            A expansão territorial e o desenvolvimento econômico contribuíram para consolidar a monarquia absolutista na França.


2)      ILUMINISMO

Idéias para a revolução:
            Vários pensadores franceses propuseram mudanças na forma de organização política, criticando as instituições absolutistas.
A idéia de divisão dos poderes foi proposta pela primeira vez, no século XVIII, por um pensador francês chamado Montesquieu. Ele afirmava que era necessário criar mecanismos que evitassem a excessiva concentração de poder nas mãos do rei.
Também destacou-se Rosseau, que afirmava que os seres humanos deviam estabelecer um “contrato social”. Por meio desse contrato, cada individuo se submeteria à vontade geral, representada por um governante, encarregado de executar a lei. Assim, o que deveria prevalecer era a vontade coletiva e não a individual.
Outro pensador importante foi Voltaire, que afirmava que a independência da razão humana devia estar acima de qualquer ideia ou preceito moral e religioso. Sua principal crítica era dirigida ao poder excessivo da igreja católica e sua interferência na vida das pessoas.
Ainda havia John Locke, que afirmava que os conflitos entre os homens podiam ser resolvidos com um mínimo de interferência dos governos. Ele também defendia a ideia de que os governadores tinham direito alienável à vida, à liberdade e à propriedade. Enquanto os outros pensadores iluministas elaboravam seus conceitos de acordo com os conflitos entre os diferentes grupos sociais existentes na França absolutista, John Locke se baseava na revolução industrial inglesa.
Alguns pensadores, através da apresentação de críticas ao sistema absolutista, realizaram um movimento intelectual conhecido como iluminismo, pois, de modo geral, eles acreditavam que somente a razão poderia trazer a luz e o conhecimento.

Iluminismo e burguesia:
            Muitas destas idéias iluministas atendiam os interesses da burguesia. Os iluministas faziam crítica ao absolutismo, que impunha limites à expansão dos empreendimentos controlados pelos comerciantes e donos de manufaturas. Eles propunham a ampliação dos direitos à participação política. Por isso, grande parte dos pensadores iluministas foram defendidos por burgueses enriquecidos. Sob essa proteção, os iluministas começaram a expandir suas idéias nos salões e academias onde circulava a elite francesa. Sendo assim, eles conseguiram o apoio de alguns nobres.

Disseminação das idéias iluministas:
             Muitos intelectuais reuniam-se nos cafés das grandes cidades, onde compunham sátiras que denunciavam a corrupção moral e política da nobreza e da monarquia. Essas sátiras eram divulgadas em panfletos que circulavam pela cidade fazendo com que as idéias iluministas atingissem grandes proporções. A difusão dessas idéias incentivou o questionamento do Antigo Regime.

           




3)      Revolução Francesa:

-- ANTECEDENTES --

 A crise do absolutismo:

Rei sem recursos suficientes para a manutenção da corte, pedindo empréstimos aos burgueses para cobrir os gastos e contrariando empréstimos externos para financiar campanhas militares. Grande crise econômica:
  • Gastos com a corte e com as guerras
  • Manufaturas francesas sofrendo concorrência com produtos ingleses. Oficinas foram fechadas, gerando desemprego.
  • Problemas na agricultura (secas) que geraram inflação nos alimentos e fome na população.
Na tentativa de vencer a crise, o Rei convoca a Assembléia dos Notáveis, composta pro representantes da nobreza, do clero e da alta burguesia. A proposta era o aumento de impostos, medida que os nobres recusaram, passando a ridicularizar o Rei em sátiras.

A mobilização do terceiro estado:

Os membros do terceiro estado começaram a se mobilizar, procurando por fim aos privilégios de nascimento, reivindicando a igualdade de todos perante a lei. O principal grupo envolvido era o dos Sans-culottes, compostos por artesãos, pequenos comerciantes, assalariados e desempregados.




A convocação dos Estados gerais:

Nesse quadro de grave crise, o monarca decide convocar os Estados Gerais, reunião de representantes dos três estados. Com o crescimento das revoltas populares, os burgueses usaram seu poder econômico para pressionar o rei e pedir por um maior número de representantes do terceiro estado. O Rei aceita, porém isso não trouxe mudanças significativas, pois na assembléia, cada estado tinha direito a um voto, fazendo o terceiro estado sempre perder. Sendo assim, o terceiro estado pressionou o rei para uma mudança no sistema de votação, querendo que ele seja por “cabeça”. O Rei nega.


-- PRIMEIRA FASE --

Início da revolução:

Com a resistência do Rei, os membros do Terceiro estado se auto-proclamaram Assembléia Nacional. Logo depois, eles transformaram a Assembléia Nacional em Assembléia Constituinte, visando elaborar as leis. Ao saber que o Rei mobilizara um exército para dissolver a Assembléia, eles, com o apoio do exército, tomaram a Bastilha como um ato simbólico, pois a bastilha era onde se localizava os presos políticos, críticos do regime absolutista. Esse foi um marco que deu início à REVOLUÇÃO FRANCESA.

Monarquia constitucional:

A assembléia constituinte:
  • Aprovou leis que restringiam os privilégios da nobreza
  • Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que assegurava direitos iluministas (direito de rebelião contra governos tirânicos, liberdade, igualdade de todos perante a lei, defesa à propriedade).
  • Criação da monarquia constitucional, onde os poderes do rei são limitados pela constituição.
  • Voto censitário.
Apesar dessas medidas, os conflitos não acabaram. De um lado, os sans-culottes exigiam mudanças mais radicais. De outro, o rei e a nobreza desejavam voltar ao absolutismo. Já a burguesia procurava manter as conquistas e impedir mudanças mais profundas.

Reação da nobreza:

Para que o processo revolucionário não atingisse seus países, outros reis europeus mobilizaram suas tropas  e apoiavam conspirações de nobres que desejavam a volta do absolutismo. A crise se agravou quando o Rei e a Rainha tentam fugir da França, sendo descobertos e presos.
            Vendo que o Rei era contrário à Monarquia Constitucional, foi criada a Assembléia Legislativa. A Assembléia declarou guerra com a Prússia e a Áustria, aliados dos nobres franceses exilados e retiraram o Rei de suas funções. Isso tudo provocou uma radicalização da revolução

Convenção Nacional:

Sem apoio, a Assembléia Legislativa convocou uma Convenção Nacional, que teve como características:
  • Alistamento em massa no exército
  • Derrota os Prussianos
  • Proclamação da República.
  • Julgamento do Rei, guilhotinado.
No governo da Convenção Nacional, atuavam dois grupos políticos: o dos Girondinos, representantes da alta burguesia e defensores do direito irrestrito à propriedade e da liberdade de preços. O outro grupo, o dos Jacobinos, representavam os pequenos burgueses e os Sans-culottes, defendendo o tabelamento dos preços, a restrição ao direito de propriedade e a república.

-- SEGUNDA FASE --

Jacobinos no poder:

Com a execução do Rei, ouve uma Coligação Européia contra a França. Com isso, necessitou-se de um Comitê de Salvação Pública, responsável por decidir a política externa e controlar o exército.
            Os Jacobinos, apoiados pelos trabalhadores de Paris, assumiram o Controle da Convenção Nacional, criando uma nova fase no processo revolucionário:
  • Mandaram prender e executar os principais líderes Girondinos
  • Outra constituição: incluindo direito à educação, direito ao trabalho e extensão do voto para qualquer um acima de 21 anos.
  • Tabelamento dos preços
  • Distribuição de terras
  • Ensino gratuito
  • Recrutamento maciço e obrigatório.

Os Jacobinos e a Crise:

Muitos burgueses descontentes com o rumo da Constituição passaram a boicotar a venda de produtos alimentícios, provocando escassez de alimento e fome. Com a insatisfação crescendo, os jacobinos criaram tribunais capazes de condenar à morte qualquer um que traísse a revolução. Com isso, milhares de pessoas, e até próprios Jacobinos foram guilhotinados, causando conflitos entre eles mesmos e instalando medo na população. Por esses motivos, essa época foi chamada de Terror.
            Aproveitando esse conflito entre os Jacobinos, os Girondinos deram um golpe e retomaram o poder.

-- TERCEIRA FASE –

Diretório:

Os Girondinos organizaram um novo tipo de governo, composto por cinco membros escolhidos pelos deputados.
  • Executaram os principais líderes Jacobinos.
  • Cancelaram ao tabelamento dos preços, a distribuição de terras e o ensino gratuito.
  • Restabeleceu o voto censitário.
  • Manteve a república.
O diretório passou a enfrentar grave crise econômica e social, que incluiu:
  • Crescimento da dívida interna
  • Aumento dos preços dos produtos de primeira necessidade
  • Expansão do desemprego
  • Inimigos externos
Em meio a essa crise Napoleão toma o poder.

4)      O IMPÉRIO NAPOLEÔNICO

A Crise
           
            Durante o período do diretório, a frança entrou em uma grande crise, caracterizada pela inflação, especulação e corrupção administrativa. Essa situação causava mal-estar na sociedade, principalmente na burguesia, que temia perder suas conquistas. Externamente, o país continuava pressionado pelas potências monárquicas da Europa, que tentavam impedir a expansão dos ideais revolucionários.
Diante desse quadro, a burguesia buscou um líder capaz de estabelecer um governo forte e estável, que lhe permitisse consolidar sua posição de classe dominante. Esse líder foi Napoleão Bonaparte.

O Consulado:

            Após sua aparição como “homem providencial”, Bonaparte realizou a Campanha da Itália, conquistando a península e impondo pesados tributos à população dominada. Isso salvou o Diretório da falência.
            Apesar dessa conquistava, faltava à frança vencer sua rival, a Inglaterra, cuja poderosa frota naval detinha a hegemonia em águas internacionais. Para compensar a inferioridade francesa no mar, Napoleão realizou a Campanha do Egito, que tinha como objetivo bloquear o acesso dos ingleses aos produtos vindos da Índia através do Egito. Entretanto, a campanha não foi bem-sucedida.
            Em 1799, formou-se a Segunda Coligação Anti-francesa. Quando Bonaparte voltou para Paris, encontrou o país num caos, o enfraquecimento do diretório comprometia o desenvolvimento econômico, causando déficit público. Descontentes com a situação, os burgueses financiaram a reorganização das tropas e Napoleão. Os burgueses ajudaram Bonaparte a aplicar um golpe de estado, implantando o regime do Consulado, uma ditadura militar composta por três membros, os cônsules.

A Política interna de Napoleão:

            Visando estabelecer a segurança e a ordem, Napoleão pôs em prática um extenso plano de reformas:

Administrativas:
·         Saneamento financeiro: a criação de um corpo de funcionários para arrecadar impostos.
·         Fundação do Banco da França, que assumia controle da produção do papel-moeda para diminuir a inflação.

Econômicas:
·         Criação da sociedade de Fomento à industria, para incentivar o desenvolvimento industrial.
·         Realização de obras de infra-estrutura.
·         Incremento da agricultura.
Reforma educacional:
·         Reorganização do ensino com a implantação de escolas primárias, secundárias e superiores, sob o controle do estado.
·         Criação da escola Normal de Paris.
Reforma religiosa:
·         Concordata de 1801 – acordo assinado com o papa, que estabelecia a nomeação de bispos pelo consulado e a liberdade de culto, reconhecendo o catolicismo como religião da maioria dos franceses.

            Apesar de aparentemente democrático e republicano, o Consulado apoiava-se na censura à imprensa e em um forte aparato policial.
            Em 1802, um plebiscito popular elevou Bonaparte à condição de Cônsul Vitalício. Em seguida Napoleão estabeleceu o código civil napoleônico, garantindo as principais conquistas da revolução, como liberdade individual, igualdade perante a lei e direito à propriedade privada.

O código civil:

            O código civil estabelece a superioridade absoluta do marido no lar e a incapacidade da mulher. Na empresa, o código institui a autoridade do patrão sobre os empregados. Não se confia nos assalariados, que não podem deixar o trabalho sem o consentimento do patrão.
            Basicamente, o código cria uma hierarquia social baseada na autoridade do pai no âmbito familiar e a autoridade do patrão na vida social.

A Política externa:

            Em 1802, a frança e a Inglaterra assinaram a Paz de Amiens. A Inglaterra, envolta numa crise econômica, renunciou as suas conquistas coloniais. Os franceses anexaram o Piemonte, Parma e ilha de Elba; a suíça e a Holanda foram submetidas pelos franceses; e a Espanha aliou-se aos franceses na luta contra os ingleses.

O Império Napoleônico:

            Em 1804, outro plebiscito deu à França uma nova constituição e a Bonaparte o título de imperador, substituindo o regime de Consulado pelo Império. Para consolidar seu império, Napoleão precisava submeter à Inglaterra. Sem poder atacar de frente o velho rival, pois a marinha inglesa continuava soberana em águas internacionais, Napoleão lançou suas forças ao centro e ao leste da Europa, onde derrotou sucessivamente os exércitos austríaco, prussiano e russo.
            Em 1807, a paz foi estabelecida pelo Tratado de Tilsit, pelo qual a França e a Rússia se tornavam aliadas, em prejuízo da Prússia e da Inglaterra. O leste europeu ficou sob domínio russo, e o oeste sob domínio francês.


O Bloqueio Continental:

            Após a batalha naval contra a Inglaterra, o ponto fraco do imperialismo francês, a marinha, tornou-se evidente. Sendo assim, para enfraquecer economicamente os ingleses e compensar sua debilidade naval, Napoleão decretou o bloqueio continental, proibindo os países europeus de comercializar com a Inglaterra.
            Como os países da península ibérica não estavam sob controle napoleônico, a Inglaterra procurou garantir mercado junto aos tradicionais aliados portugueses e tentou se aproximar dos espanhóis. Napoleão então invadiu a Espanha para obrigá-la a cumprir o Bloqueio Continental. Em 1808, derrubou a dinastia dos Bourbon. Em seguida, ordenou a invasão de Portugal, porém a família dos Bragança conseguiu, com ajuda inglesa, evadir-se para o Brasil.
            O bloqueio continental era a grande arma do Napoleão contra a Inglaterra, porém para que ele se sustentasse, era preciso que a frança fosse capaz de substituir a Inglaterra no comercio europeu, suprindo a demanda por produtos industrializados. A frança, entretanto, não tinha condições de fazer isso, pois a Inglaterra era muito mais forte industrialmente. Ao mesmo tempo, a paralisação dos portos começava a causar danos à economia da própria frança. Com a queda das transações comerciais, cresceu a insatisfação da burguesia em relação ao imperador.

O Império em declínio:

            O poderoso e vasto império francês sustentava-se na força militar e num conveniente sistema de alianças internacionais. Esse equilíbrio começou a ser abalado com as guerras constantes que desgastavam a frança e seus aliados em homens e dinheiro. Além disso, o desenvolvimento econômico foi contido pelo Bloqueio Continental. Ao mesmo tempo, começaram a eclodir movimentos de resistência nacionalistas nos povos europeus.
            O império napoleônico ta,bem não conseguia consolidar seu poder sobre o leste europeu, pois a Rússia, sua aliada desde o tratado de Tilsit, não suportava mais o bloqueio continental, rompendo o compromisso com a frança e passando a proibir a entrada de mercadorias francesas em seu território.
            Em resposta, Napoleão invadiu a Rússia, vencendo o exército russo. O restante do exército russo recuou, abandonando a capital Moscou, depois de destruir os campos cultivados e incendiar as cidades, tática conhecida como “terra arrasada”. Carentes de alimentos e castigados pelo inverno rigoroso, as tropas napoleônicas viram-se obrigadas a se retirar.
            Com a morte da grande maioria dos soldados franceses, as forças inimigas formaram uma nova Coligação, integrada por Inglaterra, Rússia, Prússia e Suécia. Os exércitos coligados invadiram paris para depor Bonaparte. Napoleão foi confinado na Ilha da Elba com 800 de seus homens.

Os cem dias:

            Em 1815, Napoleão foge da ilha de Elba com sua guarda pessoal. Marchando até paris, Bonaparte retoma o poder, no qual permaneceria durante cem dias. Novamente entra em guerra contra seus tradicionais adversários, sendo definitivamente derrotado pelas forças coligadas. Enquanto isso, em novembro de 1815, foi selada a Paz de Paris, pela qual a França foi obrigada a pagar 700 milhões de francos a títulos de reparação de guerra. Terminava assim, o império napoleônico e começava na Europa um período de reação monarquista.


5)      A Restauração Monárquica:
Com a revolução francesa, houve a introdução de novos valores e idéias, que atingiram a mentalidade das pessoas. A Monarquia já não era considerada como sagrada ou intocável, a população viu que era possível substituir esse sistema.

Para as forças conservadoras, essa mudança era mortal, pois colocava em risco sua sobrevivência como grupo dominante. Sendo assim, com a queda do império napoleônico, foi feita uma reação da nobreza para garantir seus privilégios e impedir a continuidade da onda de transformações que mexera no quadro político da Europa. Para isso, foi realizado o Congresso de Viena, que procurou restabelecer no continente a ordem social anterior.


A reação conservadora:
Reuniram-se em Viena os representantes das monarquias européias para reorganizar o mapa político do continente, completamente alterado pelas intervenções napoleônicas. Os trabalhos do congresso foram conduzidos pelo Comitê dos Quatro, formando por representantes da Rússia, Prússia, Áustria e Inglaterra.
A base ideológica do congresso foi o Princípio da Legitimidade, pelo qual as monarquias derrubadas por Napoleão deveriam ser restauradas, com a entrega do trono aos seus “legítimos donos”, ou seja, às casas reinantes no período anterior à revolução francesa. Além disso, as fronteiras deveriam voltar a ser as mesmas de antes da revolução.
O congresso de Viena alterou bastante o mapa geopolítico da Europa:
·         Território da frança passou a ser controlado por forças das nações vencedoras, sua marinha de guerra foi desativada e Luís XVIII, irmão de Luís XVI, foi reconhecido como Rei.
·         A Inglaterra assumiu o controle de estratégicas colônias que lhe permitiram o controle das rotas marítimas de comércio.
·         Espanha e Portugal tiveram restauradas as dinastias Bourbon e Bragança. Por decisão do congresso, o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves, permitindo que a família real permanecesse na América.

A santa aliança:

para garantir as disposições do congresso de Viena, foi proposta a criação de uma organização supranacional de ajuda mútua às monarquias européias em nome da “religião, da paz e da justiça”. Seu objetivo era estabelecer o direito de intervenção em qualquer região da Europa em que irrompessem revoluções de caráter liberal ou democrático. A proposta deu origem à Santa Aliança.
A santa aliança seria a guardiã internacional da ordem estabelecida pelo congresso de Viena, reprimindo manifestações de descontentamento da população, sufocando movimentos liberais e assegurando os privilégios da nobreza européia.

Independência do Brasil:
Grande parte do metal enviado a Portugal era remetido para a Inglaterra para saldar dívidas de empréstimos e para a compra de produtos manufaturados. Essa dependência econômica em relação à Inglaterra implicava também uma aliança política. Por isso, a coroa portuguesa não obedeceu o Bloqueio Continental imposto por Napoleão, que ia contra os interesses ingleses.

Com a invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas, ganha corpo a ideia da transferência da corte para o Brasil:
Argumento em defesa:
·         Resguardar parte mais rica dos domínios portugueses, já que a França, Espanha e Inglaterra tinham interesse na região.
·         Assegurar nas mãos da família real de Bragança a coroa portuguesa.
Argumentos contrários:
·         Mudança vista como rendição da Coroa diante da pressão inglesa


·          
Mudanças na colônia:
Sendo assim, a corte portuguesa transfere-se para o Brasil sob a proteção de navios ingleses. Ao chegar no Brasil, em 1808, D. João decreta uma série de mudanças:
·         Abertura dos portos às nações amigas à os mercados brasileiros ficaram abarrotados de produtos ingleses. O controle do comércio colonial deixou de ser exclusivo dos portugueses.
·         Tratados de Aliança e amizade e de Comércio e Navegação à por meio desse tratado, o governo britânico assumia o compromisso de jamais reconhecer como Rei de Portugal outro que não seja herdeiro da real casa de Bragança. Em contrapartida, os portugueses asseguravam:

o  Foram criadas tarifas preferenciais para os produtos ingleses, que pagariam apenas 15% de taxa, enquanto os portugueses pagariam 16% e outras nações 27%.
o  Ingleses podem comprar e cortar madeiras do Brasil para a construção ou reparo de navios de guerra
o  Uma gradual abolição do comércio de escravos: não é permitido o comércio de escravos em regiões africanas que não pertençam à coroa portuguesa.
o  Ingleses podem residir livremente nos territórios do Brasil, sem serem perturbados ou inquietados pela sua religião. Além disso, podem nomear juízes para obrarem em seu favor.
Além dos ingleses terem menor sobrecarga de impostos, os produtos ingleses tinham custo de produção mais baixo, por serem fabricados em larga escala devido ao intenso processo de industrialização iniciado com a Revolução industrial. Sendo assim, esses produtos podiam ser vendidos na colônia portuguesa a um preço muito menor que o dos demais países.
·         Criação de companhias de comércio e instalação de manufaturas, agora permitidas.
·         Patrocinou a criação de escolas, bibliotecas e órgãos de pesquisa científica.
·         Política joanina à para facilitar o comércio e o transporte de mercadorias.
o   Lotes de terra foram concedidos a comerciantes e funcionários;
o   Estradas foram abertas, ligando zonas do interior à capital e permitindo o escoamento da produção;

A política joanina de concessão de terras privilegiava os antigos colonizadores que, ao se tornarem proprietários de terras e de escravos, mantinham suas atividades concentradas no Rio de Janeiro. Por meio da abertura de estradas e da doação de terras, era criada uma integração da parte centro-sul do país com a corte; a política joanina criava um poderoso bloco de interesses econômicos, políticos e sociais.

·         Em 1815, elevou o Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves à mesmo após a derrota de Napoleão, D. João visava permanecer na América. Sendo assim, para não violar a Santa Aliança, ele eleva o Brasil a categoria de reino.
Os grandes proprietários e comerciantes das capitanias do centro-sul apoiaram as medidas econômicas implementadas por D. João, que ampliaram suas possibilidades de realizar negócios. Já os habitantes das capitanias do norte e nordeste estavam sustentando com pesados tributos as reformas de D. João e o luxo da corte.
Insurreição pernambucana:
O descontentamento na região nordeste, gerou revoltas, como a ocorrida em Pernambuco. Essa revolta reuniu grandes proprietários, comerciantes, juízes, militares e religiosos que pretendiam proclamar a independência. Inspirados pelas idéias da revolução francesa, os rebeldes defendiam a instauração de uma república.
Eles propunham a igualdade jurídica, a liberdade de consciência e de imprensa e o direito de propriedade. Porém os revoltosos defendiam a permanência da escravidão. Os proprietários rurais pretendiam acabar com a centralização econômica imposta pela Coroa no Sudeste, que prejudicava seus negócios.
Os revoltosos tomaram recife e proclamaram a independência. O movimento conseguiu resistir por 75 dias, apesar da forte repressão das tropas portuguesas. Entretanto, o medo de uma radicalização política e social fez com que muitos proprietário recusassem no apoio ao movimento. Perdendo o apoio da elite rural e sofrendo forte repressão, as tropas portuguesas ocuparam recife e prenderam e executaram os líderes rebeldes.

Revolução do Porto:
A vinda da família real para o Brasil significou o agravamento da crise portuguesa. A perda do monopólio do comércio sobre a antiga colônia somou-se aos prejuízos da guerra contra os franceses. A insatisfação era geral. Em 1820, a tropa da cidade do porto revoltou-se. As demais classes e camadas da população aderiram ao movimento e, no mês seguinte, ele chega em Lisboa, recebendo o nome de Revolução Liberal do Porto.
Os revolucionários não só queriam o seu Rei de volta, como também queriam que ele fosse constitucional. Para tanto, os revolucionários convocaram as Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa. A revolução tinha como objetivo:
·         Que a família real retornasse a Portugal
·          Que Lisboa readquirisse o papel e a importância que perdera para o Rio de Janeiro
·         Que a Intromissão inglesa nos negócios do Reino fosse combatida
·         Que fosse restabelecido o monopólio comercial sobre o Brasil.

Os comerciantes reinóis do Brasil ficaram a favor do movimento, porque também desejavam a recolonização. E foram apoiados pelas tropas portuguesas que aqui estavam. Havia ainda os que defendiam a permanência da corte no Brasil, pois haviam enriquecido, acumulando poder e prestígio. Eram os comerciantes, funcionários e proprietários de terras e escravos que gravitavam ao redor do Rei. Essas pessoas passaram a ser conhecidas como Partido Brasileiro.

A pressão das tropas portuguesas sediadas no Rio de Janeiro foi decisiva para que D. João jurasse aceitar a constituição e anunciasse o retorno da família real para Portugal. D. João então regressava a Portugal, atendendo as exigências dos que eram a favor de seu regresso, porém também não descontentava aos que defendiam a permanência da família real no Brasil, deixando como príncipe-regente do Brasil o seu filho e herdeiro.


Independência:

Os deputados portugueses se empenharam na recolonização do Brasil. Para tanto, os órgãos administrativos estabelecidos por D. João no Rio de Janeiro foram fechados; ordens foram expedidas, determinando que as províncias não mais deveriam obedecer ao príncipe regente, e sim a Lisboa; e o comércio estrangeiro com o Brasil passou a sofrer restrições. No Rio de Janeiro, o príncipe D. Pedro enfrentava dificuldades financeiras, por isso, quando chegaram novas ordens de Portugal determinando seu regresso, ele se preparou para partir.



No Brasil, se formara dois grupos políticos:

·         Absolutistas à contrários às Cortes de Lisboa, porque elas pretendiam fazer de Portugal uma monarquia constitucional.
·         Partido Brasileiro à estava dividido em dois grupos:
o   Democratas à que tinham em Joaquim Gonçalves Ledo seu elemento mais representativo. Para Gonçalves Ledo, era importante a convocação por D. Pedro de uma assembléia constituinte.
o   Aristocratas à liderados por José Bonifácio. Para José Bonifácio, deveria ser convocado um Conselho de Procuradores Provinciais.

Essas forças políticas contrárias às medidas das Cortes portuguesas  uniram-se para impedir que aquela decisão se concretizasse. Com alguns esforços, obtiveram a resposta afirmativa do príncipe regente, D. Pedro ficaria no Brasil. Esse dia ficou conhecido como Dia do Fico, onde houve a formação de um novo ministério, chefiado por José Bonifácio.

Com o objetivo de restabelecer as ligações políticas entre o Rio de Janeiro e as demais províncias, José Bonifácio convocou o Conselho dos Procuradores Provinciais, ficando decidido que as ordens vindas de Portugal só seriam cumpridas se recebessem a aprovação de D. Pedro.

Paralelamente, chega ao Brasil novas ordens da Corte portuguesa, dizendo que o príncipe deveria se submeter ao Rei e às cortes; um novo ministério deveria ser organizado e a convocação do Conselho de procuradores deveria ser anulada.

No dia 7 de setembro, às margens do riacho Ipiranga, o príncipe recebeu as mensagens vindas do Rio de Janeiro. Ao retirar de seu chapéu, as fitas vermelha e azul das cortes portuguesas, jogando-as fora, D. Pedro proclama proclamava a separação do Brasil daquelas cortes. Absolutistas, democratas e aristocratas saudaram o ato do Ipiranga, por verem nele a possibilidade de concretização imediata de suas idéias e projetos políticos.

6)      Resumo do livrinho:

Introdução: Querendo ser livre e feliz

Mudanças mundiais:
·         As vidas dos habitantes das colônias portuguesas e espanhóis estavam mudando porque mudanças significativas estavam ocorrendo em outras partes do mundo.
·         Desde a segunda metade do século XVIII, na Inglaterra, o aparecimento das primeiras fábricas assinalava a constituição de um novo sistema econômico, o capitalismo. Era a revolução industrial.
·         Na frança, em 1789, o povo pôs fim ao Antigo Regime, isto é, à Monarquia Absolutista e aos privilégios da nobreza e do clero. Era a Revolução Francesa.
·         Em 17776, os colonos das treze colônias que a Inglaterra criara na América do norte proclamaram sua independência, pondo em prática, pela primeira vez, as idéias iluministas. Era a independência dos EUA.
·         Todos esses acontecimentos representavam mudanças significativas, revoluções. Estava tendo início um período novo, um tempo de liberdade política , econômica, de crenças religiosas, de igualdade jurídica e fraternidade. Era o tempo das revoluções burguesas.

Brasil Colônia:
·         No contexto colonial brasileiro, eclodem movimentos de revolta contra a dominação metropolitana. Muitos dos habitantes das colônias queriam mudar suas vidas, queriam ser livres.
·         Havia diferenças entre os processos de independência da América espanhola e da América portuguesa: lá, as lutas pela independência fragmentaram ainda mais um território já dividido, enquanto aqui surgira um império, que conseguira preservar a unidade territorial
·         No final do século XVIII, cerca de 3 milhões de colonos viviam no Brasil. A maior parte se encontrava na faixa litorânea dedicada às atividades relacionadas à lavoura de produtos tropicais. No interior, a distribuição se encontrava muito irregular. No norte, o escasso povoamento seguia em busca das drogas do sertão. No centro, a atividade mineradora dera origem à núcleos urbanos; e nos sertões do sul e nordeste, a ocupação humana se encontrava rala e dispersa.
·         Com a exploração das minas, grande quantidade de pessoas migrou do litoral para o centro, surgindo vilas e cidades. Com a decadência da atividade mineradora ao final do século XVIII, provocou-se um refluxo demográfico para  periferia da região mineradora.
·         A dispersão do povoamento era agravada pelas grandes distâncias e pelas deficiências dos meios de transporte e de comunicação. No percurso de São Paulo a Mato Grosso gastava-se quase o mesmo tempo para vir de Lisboa ao Rio de Janeiro.

Pacto colonial:
·         A colônia Portuguesa na América existia em função dos interesses da metrópole, enriquecendo o Reino Português.
·         De um lado situavam-se os colonizadores, que monopolizavam o comércio, procuravam ocupar com exclusividade os cargos e funções administrativas, impediam a divulgação de idéias e crenças que pudessem ameaçar  o poder do rei de Portugal e da igreja.
·         De outro lado, estavam os colonos, que eram os proprietários, em condições monopolistas, dos meios (escravos, terras, equipamentos) com os quais era realizado as atividades produtivas de exploração colonial.
·         Havia ainda os colonizados, que eram os escravos, os agregados, moradores, capangas, capatazes e vadios; a população livre e pobre.


Iluminismo e mudanças:
·         A partir do final do século XVIII, com as transformações na Europa, cada vez mais falava-se em colônia, decadência, ricos, pobres, classe, restauração, felicidade, independência, revolução, liberdade, república...
·         Os colonos que tinham acesso aos meios de cultura, liam e discutiam avidamente as idéias iluministas. Isso se reflete nas novas manifestações, como a conjuração mineira e baiana, que discutiam agora idéias liberais
·         Entretanto, as idéias liberais encontravam grandes obstáculos à sua divulgação: a dispersão do povoamento, as deficiências dos meios de transporte e de comunicação, a ignorância e o analfabetismo da maior parte da população.
·         Por outro lado, os colonos temiam a existência de uma sociedade na qual a igualdade fosse estendida à plebe. Quando eles aderiram às idéias liberais, faziam-no para se libertar da tutela dos colonizadores. Queriam deixar de ser colonos, tornando-se cidadãos; mas não queriam deixar de ser proprietários de escravos.

Adivinhe quem está chegando!

·         População de salvador se encontrava ansiosa para a chegada da família real no Brasil. O porto presenciava uma aglomeração de pessoas de diferentes classes sociais à espera da família real.
·         Boatos de que a corte estava fugindo por desobedecer as determinações de Napoleão do Bloqueio Continental e não fechar os portos para a Inglaterra.
·         Seis dias após a chegada, D. João assina o tratado de abertura dos portos às nações amigas. Comerciantes trouxeram uma infinidade de mercadorias: tecidos, sapatos, talheres, louças, chapéus, etc. E ainda outros de utilidade duvidosa, como patins, casaco de pele e carteira.
·         Comerciantes portugueses perdendo para comerciantes ingleses, passaram então a se dedicar ao comércio interno e ao abastecimento de cidades.
·         Junto com mercadorias chegavam aos portos comerciantes e caixeiros-viajantes estrangeiros, representantes das firmas comerciais de seus países.
·         Estudiosos europeus interessados em conhecer a fauna, a flora e as riquezas naturais vieram para o Brasil.
·         A antiga colônia tornara-se sede do Império português, tendo sido elevada à categoria de Reino Unido a Portugal e Algarves. A cidade do Rio de Janeiro passara a sediar a corte, sendo muitas vezes vista como uma “Nova Lisboa”
·         Chegavam de países europeus e dos EUA, representantes diplomáticos ao Rio de Janeiro.

Os novos colonizadores:
·         Foi assinado o Tratado de Aliança e Amizade e Comércio e Navegação. Por meio desse tratado, o governo britânico assumia o compromisso de:
Ø  Jamais reconhecer como Rei de Portugal outro que não seja herdeiro da real casa de Bragança.

·         E o governo português, em contrapartida, assegurava:
Ø  Ingleses podem comprar e cortar madeiras do Brasil para a construção  ou reparo de navios de guerra
Ø  Uma gradual abolição do comércio de escravos: não é permitido o comércio de escravos em regiões africanas que não pertençam à coroa portuguesa.
Ø  Ingleses podem residir livremente nos territórios do Brasil, sem serem perturbados ou inquietados pela sua religião
Ø  Liberdade inglesa de nomear juízes específicos para obrarem em seu favor.
Ø  Mercadorias e produtos ingleses são aceitos no território Brasileiro, pagando taxa de 15%

·         Antigos colonizadores portugueses protestaram contra tamanhas concessões inglesas:
Ø  Bispos e padres eram contrários à liberdade de religião para os protestantes.
Ø  Traficantes negreiros protestaram contra a decisão de abolir gradualmente o tráfico negreiro.
Ø  Os comerciantes reinóis sentiam ameaçados, pois os produtos ingleses pagariam somente 15% de taxa, tornando extremamente difícil a competição dos produtos portugueses.
·         Os ingleses estavam se tornando os novos colonizadores.
·         As mercadorias inglesas estavam por toda a parte em todos os lugares.

Para ficar de todo americano:

·         Os ingleses controlavam o comércio internacional, influenciavam nas decisões de D. João e impunham a liberdade de culto.
·         Incapazes de competir com os ingleses, comerciantes reinóis intensificaram sua participação na atividade comercial interna.
·         A família real desfrutava de uma paz e tranqüilidade que não conhecia na Europa, agitada pela revolução francesa. A invasão da guiana francesa e a conquista da banda oriental do Uruguai, transmitiam à corte uma sensação de poder militar. Foi-se sustentando a idéia de um império americano.
·         Política Joanina: Lotes de terra foram concedidos a comerciantes e funcionários; estradas foram abertas, ligando zonas do interior à capital e permitindo o escoamento da produção; créditos eram obtidos ao Banco do Brasil; no Real Horto era feita a aclimatação de novas espécies vegetais.
·         A política joanina de concessão de terras privilegiava os antigos colonizadores que, ao se tornarem proprietários de terras e de escravos, mantinham suas atividades concentradas no Rio de Janeiro. Por meio da abertura de estradas e da doação de sesmarias, era criada uma integração da parte centro-sul do país com a corte; a política joanina criava um poderoso bloco de interesses econômicos, políticos e sociais.

Como esse Rio de Janeiro ficou grande!

·         Para a maioria dos estrangeiros, o Rio de Janeiro era uma cidade suja, feia, malcheirosa, cortada por ruelas e becos. Um ambiente que contrastava com a beleza natural.
·         Seus habitantes tinham uma forte influência da religião e das superstições
·         Com a chegada dos diversos imigrantes, a cidade foi expandida. Além disso, mudava-se sua aparência, abrindo-se às modas européias.
·         O fim da proibição da existência de gráficas, possibilitou o surgimento de jornais e revistas. Contudo, a censura não deixou de existir.
·         Houve a criação de escolas, que se utilizavam de europeus como professores.
·         Trabalho escravo ainda muito utilizado e bem presente na vida cotidiana da população. Havia ainda a permanência de diversos preconceitos.
·         As ruas da cidade eram ocupadas por uma população livre e pobre, formada de mendigos e vadios.
Quem vai fazer a minha barba?
·         A permanência da família real no Brasil era desejada pelos comerciantes, burocratas, proprietários de terra e de escravos, que prosperavam, acumulando poder e prestígio no Rio de Janeiro.
·         Para os outros habitantes, estavam perdendo com a vinda da família real, sustentando com pesados tributos o luxo da corte.
·         Essa situação era particularmente forte na região nordestina. Em recife, os comerciantes locais se viam prejudicados pelo controle quase monopolista que os reinóis passaram a exercer sobre o comércio varejista. Os “portugueses” da “Nova Lisboa” exploravam e oprimiam os “patriotas pernambucanos”.
·         As idéias liberais alimentavam esse sentimento de revolta. Desde fins do século XVIII, várias sociedades secretas serviam como ponto de discussão e difusão das idéias iluministas francesas
·         O agravamento da situação levou o governador a ordenar a prisão de alguns suspeitos envolvidos com as sociedades secretas. Foi suficiente para que a revolta eclodisse. Em 1817, os seus líderes prenderam o governador e instalaram um governo provisório, que pretendia ser um representante de “todas as classes”.
·         Os líderes do movimento falavam a todo momento em liberdade, pondo fim ao regime português e realizando a Independência da Pátria; porém não pretendiam por fim à escravidão.
·         Os líderes da revolução enviaram representantes às províncias vizinhas, em busca de adesão ao movimento.
·         Entretanto, tão logo a notícia do movimento chegou ao Rio de Janeiro, o governo de D. João ordenou uma violenta repressão.  As forças de repressão contaram com a ajuda dos comerciantes portugueses e de vários proprietários de terras e de escravos. A repressão foi violenta, muitos dos líderes receberam pena de morte
Queremos nosso rei de volta. Mas Constitucional:
·         A vinda da família real para o Brasil significou o agravamento da crise portuguesa. A perda do monopólio do comércio sobre a antiga colônia somavam-se aos prejuízos da guerra contra os franceses
·         A insatisfação era geral. Em 1820, a tropa da cidade do porto revoltou-se. As demais classes e camadas da população aderiram ao movimento e, no mês seguinte, ele chega em Lisboa, recebendo o nome de Revolução Liberal do Porto.
·         Os revolucionários não só queriam o seu Rei de volta, como também queriam que ele fosse constitucional. Para tanto, os revolucionários convocaram as Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa.
·         Eles queriam que a família real retornasse a Portugal, que Lisboa readquirisse o papel e a importância que perdera para o Rio de Janeiro, que a intromissão inglesa nos negócios do Reino fosse combatida e, principalmente, que fosse restabelecido o monopólio comercial sobre o Brasil.
·         Os comerciantes reinóis do Brasil ficaram a favor do movimento, porque também desejavam a recolonização. E foram apoiados pelas tropas portuguesas que aqui estavam.
·         Havia ainda os que defendiam a permanência da corte no Brasil, pois haviam enriquecido, acumulando poder e prestígio. Eram os comerciantes, funcionários e proprietários de terras e escravos que gravitavam ao redor do Rei. Essas pessoas passaram a ser conhecidas como Partido Brasileiro.
·         A pressão das tropas portuguesas sediadas no Rio de Janeiro foi decisiva para que D. João jurasse aceitar a constituição e anunciasse o retorno da família real para Portugal.
·         D. João então regressava à Portugal, atendendo as exigências do que eram a favor de seu regresso, porém também não descontentava aos que defendiam a permanência da família real no Brasil, deixando como príncipe-regente do Brasil o seu filho e herdeiro.
O dia da Pátria!
·         Os deputados portugueses só tinham um propósito: a recolonização do Brasil. Sendo assim, os órgãos administrativos estabelecidos por D. João no Rio de Janeiro foram fechados; ordens foram expedidas, determinando que as províncias não mais deveriam obedecer ao príncipe regente, e sim a Lisboa; e o comércio estrangeiro com o Brasil passou a sofrer restrições.
·         No Rio de Janeiro, o príncipe D. Pedro enfrentava dificuldades financeiras; por isso, quando chegaram novas ordens de Portugal determinando seu regresso, ele se preparou para partir.
·         As forças políticas contrárias à política das Cortes no Rio de Janeiro uniram-se para impedir que aquela decisão se concretizasse
·         Com alguns esforços, obtiveram a resposta afirmativa do príncipe regente, o Dia do Fico, com a formação de um novo ministério, chefiado por José Bonifácio.
·         Como estavam as forças políticas que defendiam a permanência de D. Pedro no Brasil? De um lado estavam os absolutistas, contrários às Cortes de Lisboa, porque elas pretendiam fazer de Portugal uma monarquia constitucional. De outro, aqueles que formavam o Partido Brasileiro, estavam divididos em dois grupos: os democratas, que tinham em Joaquim Gonçalves Ledo seu elemento mais representativo; e os aristocratas, liderados por José Bonifácio
·         Democratas e aristocratas utilizavam a imprensa para conquistar um maior número de adeptos.
·         Para Gonçalves Ledo, era importante a convocação por D. Pedro de uma assembléia constituinte.
·         Para José Bonifácio, deveria ser convocado um Conselho de Procuradores Provinciais.
·         Após o Dia do Fico, com o objetivo de restabelecer as ligações políticas entre o Rio de Janeiro e as demais províncias, José Bonifácio convocou o Conselho dos Procuradores Provinciais, ficando decidido que as ordens vindas de Portugal só seriam cumpridas se recebessem a aprovação de D. Pedro.
·         Paralelamente, chega ao Brasil novas ordens da Corte: o príncipe deveria se submeter ao Rei e às cortes; um novo ministério deveria ser organizado; a convocação do Conselho de procuradores deveria ser anulada; e o governo de são Paulo devia ser processado por ter pedido a permanência do Príncipe no Brasil.
·         No dia 7 de setembro, às margens do riacho Ipiranga, o príncipe recebeu as mensagens vindas do Rio de Janeiro. Ao retirar de seu chapéu, as fitas vermelha e azul das cortes portuguesas, jogando-as fora, D. Pedro proclama proclamava a separação do Brasil daquelas cortes.
·         Absolutistas, democratas e aristocratas saudaram o ato do Ipiranga, por verem nele a possibilidade de concretização imediata de suas idéias e projetos políticos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário